Gestão de Custos Aplicados a Cunicultura

Por: Paulo André: Contador graduado em Administração de Empresas e Ciências Contábeis

    O agronegócio brasileiro cada dia mais vem apresentando resultados significativos para o país e, contribuindo assim, de forma consistente e profissional para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Apoiado numa gestão eficaz e utilizando-se de ferramentas de mensuração de resultados, aplicadas ao campo e ao meio rural, os criadores estão atingindo patamares expressivos.

  Dentro deste mecanismo de negócios, a cunicultura também vem se expandido paulatinamente no mercado brasileiro, tanto na região sul, quanto em outros estados, como por exemplo, Espirito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Estes últimos, também apresentam índices de crescimento dos plantéis, como é o caso da CRIEX em Mogi das Cruzes – SP, entre outros.

    Na atividade da cunicultura, para se atingir o ápice do sucesso, o criador deverá ter como pilares:

a) Conhecimento e domínio da atividade;

b) Controle gerencial de todo processo produtivo, possibilitando melhor aproveitamento de bens e recursos; e

c) Obtenção de números reais referente ao negócio.

  Com base nestas informações, cabe ao cunicultor decidir o quê, quanto e como produzir, controlando e comparando os resultados alcançados, permitindo assim, saber exatamente onde há mais possibilidades de ganhos.

   A necessidade da atividade gerencial no campo é fato, uma vez que não há como gerenciar qualquer atividade econômico-financeira sem este controle.

  O empecilho da não utilização destas informações pelo cunicultor, inclusive dos custos de produção, é uma realidade crítica do nosso País. Dentre as diversas consequências decorrentes desta realidade estão,

  1. Dificuldade na obtenção de financiamento em instituições financeiras;
  2. Vendas mal sucedidas; e
  3. Possíveis prejuízos.

   Com controle de custos precário, o criador terá dificuldades em identificar as deficiências na aplicação de recursos, inviabilizando todo o planejamento estratégico desenvolvido.

  O criador, mesmo que seja pequeno, deverá desenvolver um controle próprio. Portanto, vamos elucidar brevemente, sem grandes aprofundamentos, como este deverá ser elaborado, a fim de servir como ferramenta de uso diário.

  É elemento importante, o levantamento dos custos e das despesas dispendidos em cada ciclo de produção, a fim de utilizá-los na apuração do Ponto-de-Equilíbrio. Concluído o ciclo de produção, desde o nascimento até as vendas dos coelhos para abate, no caso de comércio da carne, o cunicultor terá o valor mínimo necessário de renda para suprir suas necessidades com os custos e as despesas inerentes a produção. Explanando melhor, Ponto-de-Equilíbrio, será quando o valor da Receita Total for igual aos Custos e Despesas Totais. Para que se obtenha retorno do capital investido, a receita com as vendas deverá ser superior aos custos e despesas empreendidos.

  Uma vez identificado o Ponto-de-Equilíbrio, pode-se avançar ainda mais, utilizando-se da Margem de Segurança. Esta significa até que ponto as vendas podem cair, sem que o empreendedor incorra em prejuízos.

  Com base nas informações obtidas, o cunicultor poderá identificar os fatores que lhe possibilitam maiores margens, bem como aumentar seus lucros, uma vez que serão identificados antecipadamente.

    Destarte, para o cunicultor ter sucesso no processo produtivo, não bastam os conhecimentos de manejo, é imprescindível o desenvolvimento de um controle financeiro eficaz, que atenda suas necessidades, identifique seus pontos fracos e forneça subsídios para fortalecer seus pontos de sucesso.

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