Nota técnica: Terapia com coelhos

Por: Dayane Faria e Karoline Kathleen e Pedro Magno – Estudantes do curso de Graduação em Zootecnia do IFMG Bambuí

Revisão: Luiz Carlos Machado – Professor do IFMG Bambuí

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As terapias que utilizam animais são chamadas de TAA (Terapia assistida por animais) e têm o objetivo de desenvolver as sensações de conforto e calma nos pacientes, promovendo melhor bem-estar. Essa relação passou a fazer parte do processo terapêutico de tratamento de diversas doenças. A terapia com coelhos não é tão conhecida quando comparada à terapia que utilizada outros animais como os equídeos (equoterapia) e sua utilização é muito escassa na atualidade.

A TAA pode ser usada em tratamentos de pessoas com deficiência mental, problemas de aprendizagem, dificuldade em adaptação social, pacientes com problemas físicos ou psicológicos e idosos em lares de repouso. Nessa terapia o animal é a ferramenta mais importante para o tratamento, ajudando a resgatar a efetividade e aumentando o animo do paciente além de melhorar o funcionamento emocional, social, físico e cognitivo. As seções têm o objetivo definido e são sempre acompanhadas por um profissional da saúde. Normalmente para estas terapias são utilizados os cães, gatos, cavalos e em menor escala os coelhos além de pequenos roedores. É necessário destacar que estes animais devem estar com saúde adequada, minimizando os riscos de zoonoses, além de serem obedientes e tolerantes, devendo apresentar comportamento dócil e normal para a espécie.

Os coelhos por serem dóceis, tranquilos e de baixo custo de manutenção são ótimas opções para a TAA, sendo um animal carinhoso, gracioso e agradável que gosta de permanecer no colo, facilitando a expressão de emoções do paciente. Além disso, os cuidados que o paciente deve ter com os animais o estimulam a ter zelo e responsabilidade. Alguns desses coelhos de companhia conseguem aprender alguns comandos e essa relação estimula a maior confiança do paciente. Deve-se destacar também que o comportamento lúdico como as brincadeiras e jogos são importantes para os dois lados envolvidos na terapia.

Dessa maneira a TAA utilizando-se coelhos apresentas vários benefícios tais como a melhora das habilidades motoras, das habilidades para os cadeirantes e andadores e maior desenvolvimento de equilíbrio. Há também maior interação verbal dentro do grupo, melhora nas habilidades de atenção, de lazer, melhora na autoestima, diminuição da ansiedade e prevenção da depressão. Além disso não se pode esquecer da melhora em quesitos fisiológicos tais como nos níveis de neurotransmissores como a dopamina (prazer e controle motor), feliatalamina (animo e antidepressivo) e endorfina (analgésico e sensação de bem-estar) entre outros.

Durante as visitas dos animais aos pacientes deverá haver a observação das crianças, suas reações, comportamentos e atitudes e o profissional poderá fazer um relatório desde o primeiro contato até um estágio mais avançado a fim de se registrar os avanços. Os animais são colocados em suas camas e no colo para que sejam acariciados e poderem interagir. Ao final da seção, o profissional poderá solicitar as crianças a criação de um desenho sobre o que ela fez e explanar se gostou na seção.

Espera-se que a partir de algumas seções as crianças mudarão parte de seu comportamento tornando-se mais felizes, melhorando ainda seu diálogo com os colegas. Deve-se salientar que algumas crianças não se adaptam facilmente ao animal e com isso faz-se uma terapia mais demorada até que haja certa adaptação. A paciência deve ser aliada neste processo. Essa visita dos animais acaba proporcionando momentos felizes o que contribui para diminuição de traumas momentâneos que ocorrem nos momentos de hospitalização. Além disso, esse contato com os animais também ajuda na cooperação para com os procedimentos hospitalares, pelo simples fato de se sentirem relaxados e mais confiantes. Tudo isso contribui para que o momento seja prazeroso e para o bem-estar de todos os envolvidos.