Utilização de elevada quantidade de volumoso na alimentação de coelhos

 

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Por: Bruno Brito de Almeida Rosa.

Cunicultor - Graduando em Engenharia Agronômica

Técnico em bem estar animal (Aves, Suínos e Coelhos). 

 

A cada dia que passa o uso de volumosos na criação de coelhos vem ficando cada vez mais frequente, havendo grande procura por alimentos de boa qualidade que forneçam fibras além de outros nutrientes. Os cunicultores do Brasil buscam neste tipo de alimento uma produção mais barata e eficiente. Como a atividade da cunicultura é bem espalhada no Brasil, cunicultores vêm tendo dificuldades para conseguir mais variedades de volumosos de boa qualidade, pois cada região tem suas particularidades. Deve-se enfatizar que mesmo a utilização de volumoso para animais pet (animais de estimação) quanto para animais de corte (animais para carne), a utilização de algum tipo de volumoso, fornecido sozinho, irá suprir totalmente as suas necessidades nutricionais, e deve ser fornecido juntamente com algo tipo de ração.

Deve-se enfatizar que ao escolher o volumoso é de extrema importância observar a qualidade do alimento e se não houve algum tipo de aplicação de defensivos agrícolas que possam vim causar problemas para os animais além de observar o estado do alimento, pois, alimentos já em fase de decomposição podem causar mal aos animais e levar a complicações futuras.

No Brasil, quando se fala em pesquisa em utilização de suplementação volumosa, não há muitos trabalhos que avaliam ganho diário de peso, conversão alimentar e desempenho reprodutivo, entre outros.

Considerando animais pet, suas exigências nutricionais são mais baixas e assim, a proporção de volumosos fornecida aos animais poderá ser maior.

Já para animais de corte com elevadas exigências nutricionais, a proporção deverá ser menor. O fornecimento de volumoso é mais restrito e dependendo do plano de criação que se almeja e, a eficiência alimentar dos coelhos tende a baixar, quando se administra grande quantidade de volumosos, proporcionando diminuição no desempenho o que acarretará em maior tempo para engorda. Ainda considerando os animais em fase de crescimento, os que estão em terminação, poderão receber maior quantidade de volumosos.

Para matrizes em gestação, lactação, fêmeas em reposição e machos reprodutores, o volumoso pode ser oferecido sem problemas. Considerando algumas observações pessoas, em pequeno ensaio realizado com machos reprodutores das raças nova zelândia branca e Botucatu e matrizes das raças nova zelândia, borboleta e gigante de flandres, o fornecimento de volumoso variou de 0% à 80% na alimentação, o desempenho reprodutivo não foi afetado, havendo média de 8 láparos por ninhada. Deve-se enfatizar que a cobertura somente foi realizada 10 dias após o desmame, caracterizando-se um ritmo reprodutivo extensivo. Sugere-se então que o alimento volumosos pode suprir grande parte das necessidades nutricionais de animais em reprodução, quando adotado ritmo extensivo.

A adaptação para a utilização volumosa é de extrema importância, e por isso precisa de um manejo bem adequado e pessoas que saibam lidar com o tipo de alimento escolhido. Após 30 dias os animais já estão adaptados a uma dieta com elevada quantidade de volumosos. Chama-se atenção para o fato do fornecimento ter que ser gradual para que não haja complicações com os animais.

Enfim, o volumoso pode ser um aliado forte na cunicultura de pet e corte, podendo fazer o custo de alimentação ficar mais interessante para a atividade.