Nota Técnica – Entendendo a alimentação dos coelhos de forma comparativa
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Por: Por: Yuri De Gennaro Jaruche, Zootecnista pela UFMG e Mestrando em Produção de Não-Ruminantes pela UEM, com enfoque em Cunicultura.
Endereço de contato: Rua Prof. Antônio de Santa Rosa, n°64, Bairro Jardim Universitário, Cidade de Maringá, Paraná (PR)
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Quantos são os livros, as revistas, os artigos, as revisões, as notas, os relatos, as cartas, os sites e tantos outros meios de divulgação que tratam sobre a alimentação de coelhos especificamente? Muitos e muitos, com certeza, tanto a nível nacional quanto internacional. Quantas dessas publicações tratam de forma científica e/ou técnica, com vários gráficos, quadros, tabelas, fotos e uma série de estatísticas diferentes? Muitos e muitos também. Agora, pergunto à todos que trabalham com coelhos mas não estão no meio acadêmico, quantos que vocês entenderam a importância e os “por quês” de se alimentar coelhos corretamente? Acredito que poucos não é verdade? Essa nota destina-se a justamente à vocês, pessoas que necessitam desse conhecimento mas de forma simples e precisa. Para isso, vamos entender como nós nos alimentamos, nas diferentes fases de nossa vida e comparar com as fases de vida dos coelhos. Bom proveito!
A gestação das mulheres dura, comumente, nove meses. Durante o início da gestação, a futura mamãe não sente mais ou menos fome do que sentia antes, quando ainda não estava grávida, mas com o passar dos meses sua fome vai aumentando, aumentando, AUMENTADO, até o ponto dela sonhar com comida e sentir o que chamamos de desejo (tipo melancia caramelada com pimenta e mostarda...Eca!). Isso ocorre porque o bebê precisa crescer e desenvolver. Como ainda não pode se alimentar por conta própria, necessita dos nutrientes que a mãe “manda” via alimentação, por isso é importante que ela seja consciente em TUDO o que consome (bebida, comida e tudo mais o que não for bebida nem comida, tais como drogas e medicamentos), pois praticamente TUDO poderá ser absorvido pelo prematuro.
Voltando ao assunto, quanto maior o tempo de gestação, maior é a sensação de fome, assim como maior for o número de filhos. No final da gestação a barriga da mamãe está tão grande que empurra os órgãos dela para os lados, inclusive os intestinos e o estômago, comprimindo um pouco eles, fazendo a mamãe perder um pouco da fome. É importante salientar que essa mãe deve nutrir-se corretamente e preferir alimentos com maior teor de energia (engordar um pouquinho), pois quando ela começar a ingerir menos alimento, ela tem um pouco de reserva corporal (um pneuzinho de leve) para mantê-la em perfeito estado de saúde.
Ao nascermos, nosso primeiro alimento é o colostro (um tipo de leite que a todas as mães mamíferas produzem, que contêm maior quantidade de todos os nutrientes e rico em células de defesa) e em seguida o leite materno (importante fonte de alimentação e nutrição dos recém-nascidos, recomendado amamentação até o tempo mais tardar possível, preferencialmente por dois anos). A mãe agora come muuuito mais do que antes, porque precisa de muuuita energia e muuuitos nutrientes para produzir o leite, pois a produção de leite requer que o metabolismo materno aumente muito e aumentar o metabolismo significa aumentar a quantidade de alimento ingerido.
Mais tarde o bebê passa a se alimentar de leite mais os alimentos que a mãe oferece para ele, seja de origem animal ou vegetal, até chegar ao ponto da criança deixar de mamar por completo para comer, exclusivamente, alimentos sólidos e água. Importante salientar que mesmo que o neném apenas mame é recomendado dar-lhe água via mamadeira, para sempre mantê-lo hidratado e acostumá-lo com o líquido mais importante à vida de todos os seres vivos.
Quando a criança passa pelo estágio de adolescencia a fome continua, mas a capacidade de alimentar-se aumenta porque o adolescente cresceu e ficou com um porte maior, ou seja, com estômago e intestinos maiores. Chega uma fase que todo adolescente passa, ou deveria passar, onde seu metabolismo está muito elevado, por conta da fabricação de uma série de hormônios que serão importantes para ele iniciar e manter suas atividades sexuais. Deixando o libido dos meninos e das meninas de lado, a sensação de fome é extrema, pois estão numa fase de crescimento, desenvolvimento e fabricação hormonal, além do raciocínio expandir muito. Todos esses processos necessitam de nutrientes para ocorrer, sendo que cada processo aumenta a fome do indivíduo, como cada nutriente está contido nos alimentos que eles consomem a fome exagerada é o resultado desses acontecimentos.
Ao irem tornando-se adultos, aquela sensação de fome exagerada diminui gradativamente, pois agora o adolescente vai parando o crescimento, o desenvolvimento e os hormônios estabilizam-se. Na fase adulta o ser humana necessita apenas manter sua massa corporal, ou seja, deve-se alimentar sem engordar ou emagrecer, apenas manter o peso.
Daí por diante, quanto maior for a idade, menor a quantidade de comida necessária, porque o corpo das pessoas mais velhas, além de começarem a constante perda de massa, também tem seu metabolismo (atividade corporal) diminuída. É por isso que idosos precisam comer menos quando comparados com adultos de seu mesmo tamanho.
Entendido, mas...E os coelhos, o que tem haver com isso? A resposta é TUDO, POIS OCORRE O MESMO COM ELES, mudando apenas alguns detalhes, próprios da espécie. Importante ressaltar que os dados dessa nora referem-se à coelhos de porte médio.
A coelha também tem fome na gestação inicial (1° ao 15° primeiros dias), mas essa fome é basicamente a mesma quando ainda não estava prenhe. A fome, na verdade, dobra na segunda metade da gestação (16° até o fim da gestação, que varia entre 28 e 32 dias) e triplica quando amamenta (entre 30 e 45 dias de lactação, com normalidade de 35 dias), até desmamar todos os coelhinhos (entre 30 e 45 dias de idade). Como regra geral, a coelha, do primeiro dia de gestação até a metade dela, deverá receber a mesma quantidade de ração que recebia quando ainda estava “vazia”. Na segunda metade da gestação dobra-se a quantidade de ração, podendo fornecer um pouco de volumoso à elas para aumentar o tamanho do estômago e dos intestinos, pois ela vai precisar comer muito mais quando estiver lactando, período que triplicamos a quantidade de ração até o período da desmama.
Cada coelhinho vai mamar, exclusivamente, até os 17 dias de idade. Aos 18, 19, 20 dias, eles começam a sair do ninho e vasculhar o ambiente, no caso, a gaiola. Vasculhando, eles encontram o comedouro da mãe e começam a “beliscar” a ração dela. Esse é o primeiro contato deles com os alimentos sólidos. Quando atingem 30 dias, já estão acostumados a comer ração, de tanto “beliscarem”. Aos 35 dias a coelha não produz ou produz muito pouco leite, forçando os filhotes a comerem, exclusivamente, ração.
Cada coelho consumirá aproximadamente 120g de ração por dia entre os 35 e 50 e 150g entre 51 e 70 dias, idade que normalmente são abatidos. A primeira fase (35 aos 50 dias) é comum o aparecimento de diarreias, porque ainda não fabricam todas as enzimas necessárias para a digestão de alimentos sólidos e a mal digestão provoca diarreia, além do estresse de iniciarem uma nova vida sem a mãe.
Nessa idade, 35 à 70 dias, são considerados jovens, ainda em período de crescimento...Aí vem a pergunta de muitos cunicultores: por que não esperar mais tempo para abatê-los se ainda podem ganhar mais peso? A resposta está no consumo alimentar. A partir dos 70 dias de vida os coelhos passam a comer mais ração, ganhando menos peso. Na realidade o cunicultor deve fazer os cálculos de quanto ele gastou para que os coelhos consumissem a ração e o quanto irá ganhar pelo peso que eles adquiriram nesse período de tempo, verificando, dessa maneira, qual é o ponto de lucro máximo, ou seja, o dia de vida mais provável que seus coelhos em crescimento têm que estão com o maior peso e o menor dos consumos. Comumente, para a maioria dos acasalamentos, o período encontra-se aos 70 dias e por isso a recomendação do abate aos 70 dias. Além disso, a carne de um animal aos 70 dias é bem mais tenra do que animais de 90 ou 120. Salientando que animais com 90 dias de vida iniciam a fase da puberdade, aumentando a incidência de brigas pela hierarquia animal.
Quando os animais completam cinco meses de idade (as coelhas quatro e os coelhos seis), os animais entram em atividade reprodutiva. É comum acasalarmos os animais quando atingem 80% do peso vivo adulto. Importante saber que os animais ainda crescerão 20%, ou seja, as coelhas que serão acasaladas estão em fase reprodutiva E de crescimento, ou seja, necessitam de alimentos com qualidade e quantidade logo na primeira gestação. Já comentou-se sobre a coelha gestante e sua fome, falta ressaltar alguns detalhes. Coelhas que são acasaladas antes de completarem 80% do peso vivo adulto, normalmente, NÃO conseguem dar crias. Quando emprenham ou morrem os filhotes ou morre e mãe. E quando todos sobrevivem, a mãe não produz leite adequadamente, prejudicando o crescimento posterior dos láparos.
O coelho com seus cinco, seis meses de idade, deve receber uma quantidade de ração um pouco superior que na sua fase anterior, pois ainda encontra-se na fase de crescimento. Apóe esse período o coelho é considerado um reprodutor e, por isso, seu crescimento é estagnado. Consecutivamente, a quantidade de ração deve ser limitada entre 50 e 80g por dia. No começo o apetite do animal se mantêm o mesmo. Acostumado a comer ração à vontade, os primeiros dias de limitação são os mais difíceis, tanto para o animal, quanto para o tratador. Caso o tratador continue a colocar a mesma quantidade de ração que antes, em pouco tempo o coelho engorda e seus efeitos são: baixa a libido, dificuldade em demostrar o pênis e nos saltos executados, diminui a qualidade do sêmen e o animal fica mais sedentário e apático na gaiola. Alguns tratadores, por outro lado, exageram na redução da ração, causando magreza exagerada, o que resulta em: pouca musculatura aparente, um ou nenhum salto semanal nas fêmeas, movimentos pélvicos diminuídos e pouco intensos, doenças secundárias mais frequentes e distúrbios intestinais e até mentais.
As fêmeas podem correr os mesmos riscos que os machos. É fundamental que as fêmeas, além de terem que possuir 80% do seu peso vivo adulto, devam estar com estômago e intestinos mais dilatados (utilizando forragens) e com peso levemente acima (reserva de energia) para aguentar os 15 últimos dias de gestação. Caso os dois últimos requisitos não sejam colocados em prática, as coelhas poderão passar desde dificuldades no parto até mesmo a morte da mãe com seus filhotes.
Por fim, toda ração fornecida, que é o conjunto dos alimentos a serem ingeridos, deve possuir uma composição não somente balanceada (com todos os nutrientes requeridos para cada fase de vida dos animais), mas também em quantidade adequada e com qualidade garantida (disponibilidade).
Nota Técnica – Entendendo a alimentação dos coelhos de forma comparativaQuantos são os livros, as revistas, os artigos, as revisões, as notas, os relatos, as cartas, os sites e tantos outros meios de divulgação que tratam sobre a alimentação de coelhos especificamente? Muitos e muitos, com certeza, tanto a nível nacional quanto internacional. Quantas dessas publicações tratam de forma científica e/ou técnica, com vários gráficos, quadros, tabelas, fotos e uma série de estatísticas diferentes? Muitos e muitos também. Agora, pergunto à todos que trabalham com coelhos mas não estão no meio acadêmico, quantos que vocês entenderam a importância e os “por quês” de se alimentar coelhos corretamente? Acredito que poucos não é verdade? Essa nota destina-se a justamente à vocês, pessoas que necessitam desse conhecimento mas de forma simples e precisa. Para isso, vamos entender como nós nos alimentamos, nas diferentes fases de nossa vida e comparar com as fases de vida dos coelhos. Bom proveito!A gestação das mulheres dura, comumente, nove meses. Durante o início da gestação, a futura mamãe não sente mais ou menos fome do que sentia antes, quando ainda não estava grávida, mas com o passar dos meses sua fome vai aumentando, aumentando, AUMENTADO, até o ponto dela sonhar com comida e sentir o que chamamos de desejo (tipo melancia caramelada com pimenta e mostarda...Eca!). Isso ocorre porque o bebê precisa crescer e desenvolver. Como ainda não pode se alimentar por conta própria, necessita dos nutrientes que a mãe “manda” via alimentação, por isso é importante que ela seja consciente em TUDO o que consome (bebida, comida e tudo mais o que não for bebida nem comida, tais como drogas e medicamentos), pois praticamente TUDO poderá ser absorvido pelo prematuro.Voltando ao assunto, quanto maior o tempo de gestação, maior é a sensação de fome, assim como maior for o número de filhos. No final da gestação a barriga da mamãe está tão grande que empurra os órgãos dela para os lados, inclusive os intestinos e o estômago, comprimindo um pouco eles, fazendo a mamãe perder um pouco da fome. É importante salientar que essa mãe deve nutrir-se corretamente e preferir alimentos com maior teor de energia (engordar um pouquinho), pois quando ela começar a ingerir menos alimento, ela tem um pouco de reserva corporal (um pneuzinho de leve) para mantê-la em perfeito estado de saúde.Ao nascermos, nosso primeiro alimento é o colostro (um tipo de leite que a todas as mães mamíferas produzem, que contêm maior quantidade de todos os nutrientes e rico em células de defesa) e em seguida o leite materno (importante fonte de alimentação e nutrição dos recém-nascidos, recomendado amamentação até o tempo mais tardar possível, preferencialmente por dois anos). A mãe agora come muuuito mais do que antes, porque precisa de muuuita energia e muuuitos nutrientes para produzir o leite, pois a produção de leite requer que o metabolismo materno aumente muito e aumentar o metabolismo significa aumentar a quantidade de alimento ingerido.Mais tarde o bebê passa a se alimentar de leite mais os alimentos que a mãe oferece para ele, seja de origem animal ou vegetal, até chegar ao ponto da criança deixar de mamar por completo para comer, exclusivamente, alimentos sólidos e água. Importante salientar que mesmo que o neném apenas mame é recomendado dar-lhe água via mamadeira, para sempre mantê-lo hidratado e acostumá-lo com o líquido mais importante à vida de todos os seres vivos.Quando a criança passa pelo estágio de adolescencia a fome continua, mas a capacidade de alimentar-se aumenta porque o adolescente cresceu e ficou com um porte maior, ou seja, com estômago e intestinos maiores. Chega uma fase que todo adolescente passa, ou deveria passar, onde seu metabolismo está muito elevado, por conta da fabricação de uma série de hormônios que serão importantes para ele iniciar e manter suas atividades sexuais. Deixando o libido dos meninos e das meninas de lado, a sensação de fome é extrema, pois estão numa fase de crescimento, desenvolvimento e fabricação hormonal, além do raciocínio expandir muito. Todos esses processos necessitam de nutrientes para ocorrer, sendo que cada processo aumenta a fome do indivíduo, como cada nutriente está contido nos alimentos que eles consomem a fome exagerada é o resultado desses acontecimentos.Ao irem tornando-se adultos, aquela sensação de fome exagerada diminui gradativamente, pois agora o adolescente vai parando o crescimento, o desenvolvimento e os hormônios estabilizam-se. Na fase adulta o ser humana necessita apenas manter sua massa corporal, ou seja, deve-se alimentar sem engordar ou emagrecer, apenas manter o peso.Daí por diante, quanto maior for a idade, menor a quantidade de comida necessária, porque o corpo das pessoas mais velhas, além de começarem a constante perda de massa, também tem seu metabolismo (atividade corporal) diminuída. É por isso que idosos precisam comer menos quando comparados com adultos de seu mesmo tamanho.Yuri De Gennaro Jaruche, Zootecnista pela UFMG e Mestrando em Produção de Não-Ruminantes pela UEM, enfoque em Cunicultura.Endereço de contato: Rua Mandaguarí, n°198, ap.401, Bairro Jardim Universitário, Cidade de Maringá, Paraná (PR)Celular 1: (031)8456-2654; Celular 2: (044)9839-7976; e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.á – PR, 26 de março de 2013Entendido, mas...E os coelhos, o que tem haver com isso? A resposta é TUDO, POIS OCORRE O MESMO COM ELES, mudando apenas alguns detalhes, próprios da espécie. Importante ressaltar que os dados dessa nora referem-se à coelhos de porte médio.A coelha também tem fome na gestação inicial (1° ao 15° primeiros dias), mas essa fome é basicamente a mesma quando ainda não estava prenhe. A fome, na verdade, dobra na segunda metade da gestação (16° até o fim da gestação, que varia entre 28 e 32 dias) e triplica quando amamenta (entre 30 e 45 dias de lactação, com normalidade de 35 dias), até desmamar todos os coelhinhos (entre 30 e 45 dias de idade). Como regra geral, a coelha, do primeiro dia de gestação até a metade dela, deverá receber a mesma quantidade de ração que recebia quando ainda estava “vazia”. Na segunda metade da gestação dobra-se a quantidade de ração, podendo fornecer um pouco de volumoso à elas para aumentar o tamanho do estômago e dos intestinos, pois ela vai precisar comer muito mais quando estiver lactando, período que triplicamos a quantidade de ração até o período da desmama.Cada coelhinho vai mamar, exclusivamente, até os 17 dias de idade. Aos 18, 19, 20 dias, eles começam a sair do ninho e vasculhar o ambiente, no caso, a gaiola. Vasculhando, eles encontram o comedouro da mãe e começam a “beliscar” a ração dela. Esse é o primeiro contato deles com os alimentos sólidos. Quando atingem 30 dias, já estão acostumados a comer ração, de tanto “beliscarem”. Aos 35 dias a coelha não produz ou produz muito pouco leite, forçando os filhotes a comerem, exclusivamente, ração.Cada coelho consumirá aproximadamente 120g de ração por dia entre os 35 e 50 e 150g entre 51 e 70 dias, idade que normalmente são abatidos. A primeira fase (35 aos 50 dias) é comum o aparecimento de diarreias, porque ainda não fabricam todas as enzimas necessárias para a digestão de alimentos sólidos e a mal digestão provoca diarreia, além do estresse de iniciarem uma nova vida sem a mãe.Nessa idade, 35 à 70 dias, são considerados jovens, ainda em período de crescimento...Aí vem a pergunta de muitos cunicultores: por que não esperar mais tempo para abatê-los se ainda podem ganhar mais peso? A resposta está no consumo alimentar. A partir dos 70 dias de vida os coelhos passam a comer mais ração, ganhando menos peso. Na realidade o cunicultor deve fazer os cálculos de quanto ele gastou para que os coelhos consumissem a ração e o quanto irá ganhar pelo peso que eles adquiriram nesse período de tempo, verificando, dessa maneira, qual é o ponto de lucro máximo, ou seja, o dia de vida mais provável que seus coelhos em crescimento têm que estão com o maior peso e o menor dos consumos. Comumente, para a maioria dos acasalamentos, o período encontra-se aos 70 dias e por isso a recomendação do abate aos 70 dias. Além disso, a carne de um animal aos 70 dias é bem mais tenra do que animais de 90 ou 120. Salientando que animais com 90 dias de vida iniciam a fase da puberdade, aumentando a incidência de brigas pela hierarquia animal.Quando os animais completam cinco meses de idade (as coelhas quatro e os coelhos seis), os animais entram em atividade reprodutiva. É comum acasalarmos os animais quando atingem 80% do peso vivo adulto. Importante saber que os animais ainda crescerão 20%, ou seja, as coelhas que serão acasaladas estão em fase reprodutiva E de crescimento, ou seja, necessitam de alimentos com qualidade e quantidade logo na primeira gestação. Já comentou-se sobre a coelha gestante e sua fome, falta ressaltar alguns detalhes. Coelhas que são acasaladas antes de completarem 80% do peso vivo adulto, normalmente, NÃO conseguem dar crias. Quando emprenham ou morrem os filhotes ou morre e mãe. E quando todos sobrevivem, a mãe não produz leite adequadamente, prejudicando o crescimento posterior dos láparos.O coelho com seus cinco, seis meses de idade, deve receber uma quantidade de ração um pouco superior que na sua fase anterior, pois ainda encontra-se na fase de crescimento. Apóe esse período o coelho é considerado um reprodutor e, por isso, seu crescimento é estagnado. Consecutivamente, a quantidade de ração deve ser limitada entre 50 e 80g por dia. No começo o apetite do animal se mantêm o mesmo. Acostumado a comer ração à vontade, os primeiros dias de limitação são os mais difíceis, tanto para o animal, quanto para o tratador. Caso o tratador continue a colocar a mesma quantidade de ração que antes, em pouco tempo o coelho engorda e seus efeitos são: baixa a libido, dificuldade em demostrar o pênis e nos saltos executados, diminui a qualidade do sêmen e o animal fica mais sedentário e apático na gaiola. Alguns tratadores, por outro lado, exageram na redução da ração, causando magreza exagerada, o que resulta em: pouca musculatura aparente, um ou nenhum salto semanal nas fêmeas, movimentos pélvicos diminuídos e pouco intensos, doenças secundárias mais frequentes e distúrbios intestinais e até mentais.As fêmeas podem correr os mesmos riscos que os machos. É fundamental que as fêmeas, além de terem que possuir 80% do seu peso vivo adulto, devam estar com estômago e intestinos mais dilatados (utilizando forragens) e com peso levemente acima (reserva de energia) para aguentar os 15 últimos dias de gestação. Caso os dois últimos requisitos não sejam colocados em prática, as coelhas poderão passar desde dificuldades no parto até mesmo a morte da mãe com seus filhotes.Por fim, toda ração fornecida, que é o conjunto dos alimentos a serem ingeridos, deve possuir uma composição não somente balanceada (com todos os nutrientes requeridos para cada fase de vida dos animais), mas também em quantidade adequada e com qualidade garantida (disponibilidade).