Nota técnica: Ciclo estral das coelhas

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Por: Por: Yuri De Gennaro Jaruche, Zootecnista pela UFMG e Mestrando em Produção de Não-Ruminantes pela UEM, com enfoque em Cunicultura.
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As coelhas domésticas são quase ausentes de um ciclo estral definido e regular. Possuíam ciclos, com duração de 16 dias, sendo os dois dias iniciais e os dois finais inférteis e os 12 dias restantes passíveis de concepção, mas em sistemas de produção estão constantemente aptas a serem fecundadas.

A partir da puberdade, os dois ovários da coelha apresentam, constantemente, óvulos maduros. Apesar disso, a ovulação na coelha não ocorre de maneira espontânea. Ela somente ovulará quando estiver excitada. Assim, qualquer excitação sexual, seja pelo coito do macho, o cavalgamento por outra fêmea, os estímulos da pipeta para inseminação articial, ou mesmo as carícias constantes em sua garupa, induzem a ovulação nas coelhas.

 

FIGURA 01 – Fluxograma do ciclo estral de coelhas domésticas (Oryctolagus cunicullus)

 

 

 

– Cio ou Estro: nas atuais coelhas de produção é pouco evidente, mas ainda assim algumas fêmeas guardam seus instintos naturais. Elas ficam mais inquietas, com o dorso levemente arqueado, os posteriores mais elevados e a cauda erguida, tudo isso para expor a vulva. Caso várias fêmeas estejam alojadas numa mesma gaiola, ocorrem montas entre elas, ocasionando a falsa gestação, também conhecida como psdeudogestação.

 

 


QUADRO 01 – Ocorrências do ciclo estral

de  coelhas matrizes (O. cuniculus)

Cor da Vulva

Dias do Ciclo

Fertilidade

Fases do Ciclo

Branca

0° - 2°

Remota

Pró-estro

Rosa

3° - 7°

Fértil

Pró-estro

Vermelha

8° - 9°

Fértil

Estro

Violácea

10° - 14°

Fértil

Atresia

Branca

15° - 16°

Remota

Atresia

 

A coelha, por ter sempre óvulos maduros e ovular mediante estímulos (internos e/ou externos), pode ser acasalada mesmo sem estar receptiva ao coelho, sendo possível a cobrição forçada (ergue-se os posteriores da fêmea para o macho, ao saltar, consiga penetrar o pênis na vagina dela).

Ao incorporar as prostaglandinas no coelhário, o criador obtem melhor controle da reprodução, indução de partos no plantel, encurtando dos possíveis períodos de pseudogestação e, além disso, induzem o cio nas coelhas.

 

 

QUADRO 02 – Comportamento sexual de coelhas matrizes em

relação a coloração da vulva quando apresentadas aos reprodutores

Cor da Vulva

Fêmeas Avaliadas

Comportamento sexual na cobertura

Refuga

Aceita

Aceita com lordose

Branca

62

50

11

1

80,50%

17,70%

1,60%

Rosa

154

57

69

28

37,00%

44,80%

18,20%

Vermelha

116

3

67

46

2,50%

57,60%

39,80%

Violácea

59

40

17

2

67,80%

28,80%

3,40%

 

FONTE – Rivista di Coniglicoltura, n°5 (1986), Gonçales, et al.